O uso de anabolizantes, especialmente de forma indiscriminada e sem acompanhamento médico, pode sim fazer mal à saúde. Eles são substâncias sintéticas que imitam os hormônios naturais, principalmente a testosterona, e são utilizados, em alguns casos, para tratar condições médicas específicas, como perda de massa muscular associada a algumas doenças. No entanto, seu uso com fins estéticos, para ganho de massa muscular ou melhora de desempenho, traz uma série de riscos.
Entre os principais problemas estão os efeitos colaterais no sistema hormonal. O corpo, ao perceber o excesso de hormônios, reduz ou até paralisa sua produção natural, o que pode causar atrofia dos testículos nos homens, irregularidades menstruais nas mulheres e, em ambos os casos, levar à infertilidade. Além disso, há riscos cardiovasculares sérios, como aumento do colesterol ruim (LDL) e redução do colesterol bom (HDL), o que favorece o desenvolvimento de hipertensão, entupimento de artérias, infarto e AVC.
O fígado também sofre bastante com o uso de anabolizantes, especialmente os orais, que podem provocar hepatite medicamentosa, lesões hepáticas graves e, em casos extremos, insuficiência hepática. No campo psicológico, os efeitos também são preocupantes. Mudanças de humor, agressividade, ansiedade, depressão e até episódios de psicose podem surgir.
Outro risco comum é o desenvolvimento de características físicas indesejadas. Nos homens, pode haver crescimento das mamas (ginecomastia) e queda de cabelo acelerada. Nas mulheres, surgimento de pelos em excesso, engrossamento da voz e alterações no ciclo menstrual são efeitos frequentes.
É importante entender que, mesmo quando usados com acompanhamento médico, os anabolizantes não são isentos de riscos, embora os danos possam ser monitorados e, em alguns casos, mitigados. O problema maior é o uso sem controle, com doses muito acima do recomendado clinicamente, algo comum no meio esportivo amador e em academias.
Por isso, quem busca ganho de massa muscular ou melhora de performance deve priorizar métodos saudáveis e sustentáveis, como treino adequado, alimentação balanceada, descanso de qualidade e, se necessário, acompanhamento de profissionais especializados, como nutricionistas e médicos do esporte. Afinal, os danos causados pelos anabolizantes podem ser, em muitos casos, irreversíveis.
